Mary
Cassatt Stevenson nasceu em 22 de maio de 1844 em Allegheny
City, Pennsylvania, EUA, em uma família abastada.
Seu pai, Robert Cassatt, foi um profisssional bem
sucedido e sua mãe, Katherine Kelso Johnston, veio de uma
família de banqueiros, que lhe deu uma educação
requintada.
Durante a infância da futura artista, a família
viajou pela Europa, viveu na França e na Alemanha (1851-1855).
Durante a sua estada de 4 anos na Europa, Mary tornou-se
fluente em francês e alemão. Retornando à Pensilvãnia em
1855, a família estabeleceu-se em Filadélfia.
Muito jovem ainda, Mary decidiu dedicar-se
à Arte e matriculou-se em 1861 na "Pennsylvania Academy of the
Fine Arts", em Filadélfia, onde frequentou por quatro anos, e
depois prosseguiu estudos por conta própria, mas em
breve ficou frustrada com a educação artística nos
Estados Unidos. Mary ponderou que precisava estudar na Europa
e escolheu ir para Paris, apoiada por sua mãe, muito a
contragosto de seu pai, que não concordava com a
decisão da filha. Como a "École des Beaux-Arts" não
admitia mulheres, em 1866, por um curto período,
frequentou o estúdio de Charles Chaplin, tendo, em seguida,
aulas particulares com Jean-Léon Gérôme. Além disso, Mary
registrou-se como copista no Museu do Louvre. Em 1868 sua
pintura foi exibida pela 1ª vez no Salon. A influência mais
importante que Mary teve nos anos que antecederam a 1875 foi a
de Edouard Manet, embora ele não aceitasse alunos
particulares.
A
guerra Franco-Prussiana (1870) fez com que a família Cassatt
retornasse aos Estados Unidos, onde permaneceu por um ano e
meio. A atmosfera nos Estados Unidos era tão desanimadora que
Mary quase desistiu da pintura. No final de 1871 ela voltou
para a Europa, estabelecendo-se em Parma, onde copiava
trabalhos de Correggio para o arcebispo de Pittsburgh. Em
Parma ela passou 8 meses muito felizes.
Em
setembro de 1872 Mary foi para a Espanha estudar primeiramente
as pinturas de Velasquez, Murillo, Ticiano e Rubens no Museu
do Prado, seguindo depois para Sevilha, onde começou a pintar
seus primeiros trabalhos de porte maior, baseados em motivos
espanhois: dançarinas espanholas usando mantilhas de renda,
toureadores, etc.
Depois de um breve retorno a Paris em abril de
1873, ela visitou a Holanda e a Bélgica, voltando depois para
o sul, para Roma. Em 1874, Mary finalmente decidiu se
estabelecer em Paris. Com o auxílio de sua irmã mais velha,
Lydia, que a ela se juntou na Europa, Mary montou um
apartamento e estúdio. Lydia não era apenas a irmã mais velha,
mas também a melhor amiga e modelo de Mary. Há onze trabalhos
conhecidos com Lydia, entre eles "The Cup of Tea",
"Lydia Working at a Tapestry Loom", "Lydia Crocheting in the
Garden at Marly", "Woman and Child Driving". Lydia morreu no
fim de 1882 com a doença de Bright, o que foi um duro golpe
para Mary.
A artista tornou-se conhecida como
pintora de retratos e era procurada por turistas americanos na
França: "Portrait of an Elderly Lady". Como os modelos são
muitas vezes conhecidos, vários dos trabalhos de Mary
podem ser considerados retratos: "Mary Ellison Embroidering",
"Reading Le Figaro"... Seu trabalho difere da rígida tradição
acadêmica a respeito de retratos como uma mera semelhança, já
que a maioria dos seus modelos estão envolvidos em algum tipo
de atividade ou capturados em uma pose eventual.
Em
1877 Cassatt conheceu Degas, que a aconselhou a se juntar aos
impressionistas.
"Eu aceitei com alegria. Agora poderia
trabalhar com absoluta independência, sem considerar a opinião
de um júri. Eu já havia reconhecido quem eram meus verdadeiros
mestres. Admirava Manet, Courbet e Degas, Despedi-me, então,
da arte convencional e comecei a viver."
Começou nessa época uma estreita amizade com
Degas, que durou até a morte de Degas em 1917.
Em
1877 seus pais vieram para morar com Mary permanentemente em
Paris. O sucesso da "IV Impressionista Exhibition", e o de
Mary Cassatt em particular, fez com que seu pai acreditasse
finalmente que a filha havia escolhido o caminho certo na
vida. Entre 1879 e 1882, "The Independents", como os
impressionistas costumavam se autodenominar, passaram a
realizar exposições anuais do seu grupo, dando, assim,
oportunidade para que Mary apresentasse seu trabalho. Nos
Estados Unidos ela já expunha regularmente com a "Society
of American Artists", em Nova York.
As
duas décadas em torno da virada do século foram um período
muito bem sucedido e produtivo para Mary. Seus trabalhos
focavam quase que esclusivamente na representação de mães e
crianças, sendo que esses são os seus trabalhos mais
conhecidos atualmente, tais como "The Chilld's Caress", "The
Bath". Em 1890 Mary também se dedicou a gravuras: "The
Letter", "In the Omnibus", etc. Seu pai faleceu em 1891 e sua
mãe em 1895.
Em
1898 Mary voltou aos Estados Unidos, depois de muitos
anos de ausência, visitando parentes, amigos e colecionadores.
Em 1901 ela voltou à Itália e à Espanha e, em 1980, fez sua
última visita aos Estados Unidos. Entre 1910 e 1912 Mary
viajou intensivamente pela Europa e pelo Oriente Médio. Em
1904 ela foi aceita na "Légion d'Honneur" e em 1910 tornou-se
membro da "National Academy of Design", em Nova
York.
Os
últimos anos de Mary Cassatt foram ofuscados com a perda de
pessoas próximas, como parentes e amigos, e pelo
sofrimento de diabetes e de catarata nos dois olhos, o
que a reduziu à quase cegueira. Ela vivia solitária no
Château Beaufresne, acompanhada apenas por uma empregada de
longa data, Mathilde Valet, ou no sul da França. Com a eclosão
da Primeira Guerra Mundial, Cassatt teve que abandonar a
pintura por completo. Mary Cassatt morreu no Château de Beaufresne em
14 de junho de 1926, e foi sepultada no jazigo da família na
localidade vizinha, Mesnil-Théribus.
Grande parte de suas obras está hoje em coleções
americanas, enquanto apenas um pequeno número permanece na
França, onde ela trabalhava. Seu nome é menos
conhecido que o de seus colegas impressionistas, Degas,
Monet ou Renoir. No entanto, Mary Cassatt é uma pintora
extremamente original e interessante e seu talento não fica
aquem de pintores vastamente
divulgados.
Fonte (editada):